segunda-feira, 11 de junho de 2012




Desculpe minha mãe eu não consigo ser normal 
Nem letreiro, nem sinal, me faz parar rente ao mundo
Eu realmente já tentei de outro jeito
Mas trejeito não se lê
Não há como interpretar
Desculpe minha mãe por eu não ser mais um igual
Não vou à missa no natal
Não tenho plano consumista de turista ou diplomata
Minha pauta é mais estranha
Sou palhaço ou artista
A barba cresce, a roupa envelhece
Mas desse meu trapézio vejo todos
Vejo todos encenando a mesma peça
Vejo o tédio se arrastar pela janela
O poema morno de uma vida morta
O fechar do olho e o abrir da porta
A poesia que não pôde acontecer...

Bob

domingo, 27 de maio de 2012

Sem nenhum pudor, agora vou viver a vida
vou afogar minhas feridas nesse frasco de licor
mas um motivo pra não ter que amanhecer aqui
se ser criança é demodê ao jugar dos olhares
talvez devesse crescer, mas eu prefiro sorrir..

quinta-feira, 12 de abril de 2012

é tipo isso..




Ha dias que me perco nos dias
que me deito na segunda, pra não ver nascer a terça
quando passo na semana e não vejo ela passar
e só te ver parece o remédio
pra morrer e matar, nesses dias de tédio
onde nada me interessa, amigos, lugares, festas
nem ver a vida passar, como passam os canais...
que me tire disso aqui
que me chame pra sair
pra ver o mundo sobre outra ótica
sem ligar pra tanta gente idiótica
que só quer tudo no minimo
a missa no domingo, sem as cores da manhã
sem Jorge sem Chico e sem rock, sem brilho e sem sorte
e sem a vontade cortante de ver o sol quando nascer
e so ir dormir quando o dia acender
e abraçar o seu amor, olhando todos em seus pontos
sejam carros ou metrô, pra o começo do fim da avenida..



...

Maringuella

Eu podia ser igual a todos eles, sentados em suas poutronas confortaveis e esperar que o tempo mude e que o trem venha, pra ter uma morte lenta, levando uma vida calma, olhando sempre pros lados antes de atravessar a rua cheia de carros que vão te acertar do mesmo modo, que vão lhe trazer um medo breve, um pouco de norte, mas vão dizer com certeza que vivem como querem, que mataram toda cede, que morreram bem felizes, que viveram pra morrer e que morreram confortaveis..
Mas prefiro a força dos ventos do sopro dos deuses, prefiro me encontrar no meio da confusão da luta, da luta que levou Maringuella, e que levou tantos outros que não gostavam de poutronas, que ensurdessem mutidões com um grito desatento, e descobrem que o tormento é numca ter ido a guerra e sabem que nem toda paz é sinal de liberdade e sabem que sempre ha tempo de buscar a primavera, não ter jeito de não ser assim, de olhar para os lugares e não lembrar da historia, apenas ficar olhando enquanto nada acontece, sem numca saber que isso na verdade não é gloria.. é tédio


Bob

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Quando morro


Até quando vai durar tudo isso
Esse vício dos seus beijos
Esse circo abstrato
Esse querer mais que ter
O desenho que se forma
Intocável como eclipse
Que traz traços como a noite
Que não deixa amanhecer
Sinto frio ascendente
Quando corro pros seus braços
Quando morro, nus seus seios
Quanto tempo pra morrer 

Bob

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Luna







No pólo norte e no sul da lua
Entre o vestir e ficar toda nua
Quem me divide em dois
A vida escreve aquele belo poema triste
Que escreveste da primeira vez que viste
Que eu era exatamente igual
Ainda a tempo de voltar atrás
Na mesma praça, o mesmo riso, a mesma flor
Pra ver que tudo aconteceu como vertigem
Pra ver que tudo acontecia novamente
Pra ver que agente não consegue mudar nada
Quando as bocas ficam mudas não se sabe mais de nada
Raramente eu sinto tudo
Mas não vejo algum sentido nessa fase do meu mundo
Princesa nua no castelo acena beijos
Acende a noite a tantos dias de desejo
Há tempos parado aqui
Entre o me coma e o me leve em sua vida
Entre o me ame ou me esqueça na avenida
Entre o eterno e o que não passa dessa rima.

 
 
 
  Bob

Gira


Gira a consciência
Entre os quatro ciclos
Roda de mão em mão
Eu observo esse pacto munido
De iluminação
E o tempo logo todo já mudou
E o medo dos latidos já passou
Não vejo mais escuto
O som que despedaça a flor
É desumano o que acontece lá fora
Mas não aqui, aonde o tempo demora
Em que lugar posso encontrar tanto sorriso
Fui ao inferno e descobri que o paraíso
Não é bem assim
E que o inferno não é tão assado
E o pecado do que vejo aqui
É liberdade com nome trocado

O som do que não vejo claramente
Estamos sob a luz de poucas velas
Aqui nós nos sentimos mais seguros
Porque no escuro pouca gente enxerga
Só quem tem luz e entende eras.

Bob

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Desordem Regresso



O que você vê quando olha pra nossa bandeira?

Estudante não pode fazer protesto
é a ordem repressora que alimenta o progresso.

Bob

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Platônico

Sentado no mesmo lugar
Olhando na mesma direção
Vestido que voa ao luar
Vou te pegar pela mão
No dia que o medo passar
E tudo em paz estiver
Eu vou te puxar pela mão
E vou começar pelo pé
No dia que o vento passar, o barco passar, que eu possa saber
Tantas praias e florestas
Teatros, lugares, festas
Paisagens que dividem nosso olhar
Campos abertos
Beijos incertos
Tudo que eu quis te mostrar
Nostálgico, aéreo, platônico, utópico
Lembrar do que nunca passou de pensar
Sentir o que penso até me lembrar
Descolar, decolar do lugar mesmo estando
Ainda sentado no mesmo lugar
Na mesma direção, sem mãos e sem planos
Sentado e voando.

Bob