sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Desordem Regresso



O que você vê quando olha pra nossa bandeira?

Estudante não pode fazer protesto
é a ordem repressora que alimenta o progresso.

Bob

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Platônico

Sentado no mesmo lugar
Olhando na mesma direção
Vestido que voa ao luar
Vou te pegar pela mão
No dia que o medo passar
E tudo em paz estiver
Eu vou te puxar pela mão
E vou começar pelo pé
No dia que o vento passar, o barco passar, que eu possa saber
Tantas praias e florestas
Teatros, lugares, festas
Paisagens que dividem nosso olhar
Campos abertos
Beijos incertos
Tudo que eu quis te mostrar
Nostálgico, aéreo, platônico, utópico
Lembrar do que nunca passou de pensar
Sentir o que penso até me lembrar
Descolar, decolar do lugar mesmo estando
Ainda sentado no mesmo lugar
Na mesma direção, sem mãos e sem planos
Sentado e voando.

Bob

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Fosse...

Se Fosse cigarro fumava
se fosse cachaça bebia
se fosse doença morria
se fosse do céu eu voava
se fosse do chão caía
se fosse do inferno eu pecava
roubava, matava, mentia
se fosse da lua pulava
pra fora da sincronia
se fosso da terra voltava
de lá nunca mais saia...

Bob

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Vapor Barato...




Na subida da maré observo as casas velhas
as telhas desconformes, as mentes uniformes
e tudo acaba bem no decorrer da ladeira
Futilidade, felicidade podem vir na mesma embalagem
É só agitar, abrir e sorrir
É tudo como está determinado
Um teatro coordenado pelo vento
Onde a valsa vai morrer num riso lento
é minha mania de parar no tempo
é a mania de observar as pessoas
É pra saber como são previsíveis
Sem parênteses, paredes, transparentes, invisíveis...

Nota: de todo esse tempo que estive aqui mergulhada em meus pensamentos sórdidos, sobre todo mundo que vi e sobre esse circo sem picadeiro, em como tudo se conecta como numa peça onde tudo me parece comum, como se já tivesse ouvido esse disco antes, nem percebi que um estranho se aproxima, com uma ridícula frase clichê e um sorriso de desinteresse no ar, pergunta se tenho fogo, eu sorri porque sabia que era apenas um pretexto pra se aproximar, falamos da neblina que não passava, ele perguntou minha idade, eu respondi caindo em gargalhadas que não se pergunta a idade de uma mulher de trinta anos, continuamos rindo, ele me ofereceu carona, percebi um isqueiro no painel, e ri pela terceira vez, pensei que em duas horas de tédio, em menos de vinte minutos aquele homem estranho me fez rir três vezes, então lhe ofereci um drink
sabe como é viver só...

Ramones na Vitrola
Vitrines, lingerie
Whisky Johnnie Walker
As mãos que me machucam
Os lábios que ajudam a amenizar no fim
As unhas que se cravam, o contraste com a palidez da pele
Imagens giram ao redor de mim
Barulhos indiscretos
Por que eu fico só?
Veste a roupa
Finge pressa
Acende um cigarro e sai
Fecha a porta
Liga o carro
Diz adeus e vai...


Bob

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Fluir...




Beijo lento e sai
não me diz nada
resta um de dois aqui
dessa historia mal contada
serei a carta que restou
de seu baralho sujo
o papa que anarquizou
um absurdo
placas na contramão e eu vou rápido
a minha mão que foi primeiro
pra depois sentir o cheiro, o gosto e o fim
areia de mato ou de praia
ou no chão da sua sala
luas raras
luzes caras
noites claras
noite nua nos teus braços adormeço
me lembrar daquele reggae do começo
das besteiras que falei, te fazer rir
pra não se importar demais com essa gente inútil
por que o sorriso é o presente de quem deixa fluir...


Bob

domingo, 13 de novembro de 2011

Terra Estranha




De tudo que eu entendo muito bem
dos discos dos Mutantes 
tudo zen, tudo bem
de tudo que não me interessa, essa gente, essa festa
o medo de não me encontrar
depois que a mesma festa acabar
quando todos vão embora, será que a pressa demora
apagados os cigarros, acabamos as bebidas
e a neblina lá fora e eu colado na vidraça, sozinho
menti outra vez, pra todos, disse que ia sair
pra que todos fossem embora
pra que pudesse sorrir, como vapor sumir
talvez tenha dormido, mas não lembro se dormi
estou parado no mundo, sem muros estou cercado
meu quarto é real mas pareço estar num sonho
então vou dormir denovo
com medo de acordar.

Nota: Novamente estava sentado na mesma cama, percebi que era um sonho dentro de outro sonho, me questionei em quantos graus de sonho eu poderia estar emerso, será que fui dormindo e acordando do outro lado?! E repetindo esse processo fui me aprofundando, pensei nesses graus como mundos, pensei que quando dormimos aqui, acordamos do outro lado, em um mundo menos denso, penso também em qual será a verdadeira realidade, já que estamos por lá vez ou outra, até irmos de vez, dormindo de vez, passamos algum tempo até voltar a andar por aqui denovo, será que quando acordamos do outro lado a ideia de um mundo fora de lá também é ridícula? Será que do outro lado é tão real como aqui?

Já fui e vim tantas vezes
Não sei se quero voltar
Mas quando fechar os olhos
Do outro lado vou estar...


Bob

Flerte




Não escolha palavras
Pois sempre vão ser erros, ditas ou não
As cores que movem esse momento são luzes que vem e vão
Os carros passam voando
Incertos, na contramão do que me faz estar lúcido
Talvez seja o ultimo brilho, da ultima estrela da ultima constelação.
E se tudo acabasse agora, fechasse a porta e fosse embora
Perceberiam que não estava mais lá
Iriam rir talvez chorar, ou pensar que era um passeio lá fora
Até que chegasse hora
De eu nunca mais voltar.





Bob

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Ponteiros


A intragável vontade de fumar
as horas fogem do relógio já quebrado
de contar tantos instantes já passados
de rodar ponteiros lentos, mesmo lado
quanto tempo pra que ele enferruje
quanto tempo pra o tempo não passar
ficaríamos imóveis lado a lado
e seu corpo no meu corpo eternizar...







 Bob





terça-feira, 1 de novembro de 2011

Avôa


Ela dizia que adorava a cor da lua
e eu prosava sua cor é bem mió
ela dizia que a noite tava boa
eu dizia inda nem raio o sór
e já pensasse se um dia nós avôa
num maquinário que fizesse decolar
nos dois juntin, visitando os planetas
e eu te pegava um pedaço do luar...


Bob