quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Vapor Barato...




Na subida da maré observo as casas velhas
as telhas desconformes, as mentes uniformes
e tudo acaba bem no decorrer da ladeira
Futilidade, felicidade podem vir na mesma embalagem
É só agitar, abrir e sorrir
É tudo como está determinado
Um teatro coordenado pelo vento
Onde a valsa vai morrer num riso lento
é minha mania de parar no tempo
é a mania de observar as pessoas
É pra saber como são previsíveis
Sem parênteses, paredes, transparentes, invisíveis...

Nota: de todo esse tempo que estive aqui mergulhada em meus pensamentos sórdidos, sobre todo mundo que vi e sobre esse circo sem picadeiro, em como tudo se conecta como numa peça onde tudo me parece comum, como se já tivesse ouvido esse disco antes, nem percebi que um estranho se aproxima, com uma ridícula frase clichê e um sorriso de desinteresse no ar, pergunta se tenho fogo, eu sorri porque sabia que era apenas um pretexto pra se aproximar, falamos da neblina que não passava, ele perguntou minha idade, eu respondi caindo em gargalhadas que não se pergunta a idade de uma mulher de trinta anos, continuamos rindo, ele me ofereceu carona, percebi um isqueiro no painel, e ri pela terceira vez, pensei que em duas horas de tédio, em menos de vinte minutos aquele homem estranho me fez rir três vezes, então lhe ofereci um drink
sabe como é viver só...

Ramones na Vitrola
Vitrines, lingerie
Whisky Johnnie Walker
As mãos que me machucam
Os lábios que ajudam a amenizar no fim
As unhas que se cravam, o contraste com a palidez da pele
Imagens giram ao redor de mim
Barulhos indiscretos
Por que eu fico só?
Veste a roupa
Finge pressa
Acende um cigarro e sai
Fecha a porta
Liga o carro
Diz adeus e vai...


Bob

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